quarta-feira, 23 de novembro de 2011

FAZER OU NÃO O TRANSPLANTE

Hoje fomos visitar meu médico para conversarmos sobre a ideia do transplante. Não foi exatamente o que eu esperava. Fui cheia de dúvidas e confusa, e saí de lá mais confusa ainda. Claro que o enchi de perguntas, queria saber tudo detalhadamente, sem meias verdades. Então vamos aos fatos. O transplante em si é algo muito simples, o ruim são as consequências.
Podem acontecer muitas coisas como a medula nova não pegar e então ter que transplantar de novo ou ela pode rejeitar meus órgãos causando o que chamam de “doença do enxerto contra o hospedeiro”, é o que geralmente acontece, mas é fácil de controlar e resolver isso. E também pode acontecer da medula nova demorar a pegar e com isso eu fico mais tempo sem defesas e mais propicia a pegar doenças e infecções. Fora a pior notícia: posso ficar estéril. Isso eu realmente não esperava e me deixou abalada.
Claro que não quero ter filhos agora e com certeza isso vai demorar muito tempo ainda, mas um dia vou querer e não posso pensar só no agora, preciso pensar no futuro também e se isso me oferece risco no futuro, será que devo mesmo fazer? Afinal, nenhuma mulher quer receber a notícia de que não pode engravidar, né? Até porque hoje há tantas formas de resolvermos tudo, posso congelar meus óvulos se for o caso, por exemplo. Então pra tudo se dá um jeito. É uma decisão difícil, tudo tem que ser muito bem conversado e explicado, por envolver muito mais coisas do que se pode imaginar.
Medo eu até tenho, não vou negar, afinal, tudo pode acontecer, mas PODE, não significa que vai acontecer. E sinceramente? Entrego tudo nas mãos de Deus, que Ele me guie e ilumine pra que eu escolha o melhor caminho. Sei que vai dar tudo certo, deu até agora porque não vai continuar dando? Sempre tive pensamentos positivos, não é agora que vou deixar a “peteca cair”, agora é hora de reunir todas as minhas forças e tomar a decisão que eu acho que será melhor pra mim.
Não quero ficar pensando nisso como se fosse um martírio pra mim, como tem sido esses últimos dias, vou pensar numa coisa de cada vez e ir resolvendo tudo aos poucos.
Primeiro passo: reunir meus exames, meu histórico, organizar tudo e seguir rumo a São Paulo
Segundo passo: conversar com especialistas, apresentar meu caso, ouvir várias opiniões
Terceiro passo: conhecer o hospital, a estrutura, a cidade, enfim, tudo.
Quarto passo: tomar minha decisão.
Resumindo: não adianta colocar o carro na frente dos bois. O mal do ser humano é a ânsia pra fazer tudo ao mesmo tempo e resolver tudo logo. Mas tudo tem seu tempo e hora certa, então quando for a hora, se for mesmo, eu vou saber e eu tenho certeza que saberei tomar a decisão certa. Vou viver um dia de cada vez, resolver uma coisa de cada vez e lá no final eu penso no que fazer, enquanto isso vou curtir meu final de ano: meu Natal, meu Reveillon, família, amigos, namorado, Dolly! Neste momento é isso que importa. Como já havia dito: o depois? Deixa pra depois! ;)
Boa noite!

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