segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

DIA DE SOLIDARIEDADE

Ontem foi um dia único, um dia de muita felicidade e alegria para nós! A mãe de uma amiga minha resolveu organizar um natal feliz para meninas de um abrigo muito carente. São meninas de 8 a 17 anos de idade. Cada uma delas tem uma história de vida pra contar, geralmente histórias tristes e difíceis. É um abrigo para meninas que sofriam algum tipo de agressão doméstica ou que estão sendo perseguidas por traficantes, por exemplo.
São meninas que já sofreram muito em suas vidas e estão lá em busca não só de um abrigo e sim de um lar, e seus sorrisos belíssimos estampados em seus rostos demonstram que elas encontraram isso. Encontraram uma família, a família que Deus deu a oportunidade delas escolherem.
Lindas e com sonhos e objetivos a serem seguidos, essas meninas não perdem a esperança de uma vida melhor com oportunidades, alegrias, uma família boa, com menos lágrimas e menos tristezas. Tudo que elas querem é ter uma vida normal como a de qualquer outra menina da idade delas com a dignidade e o respeito que elas merecem.
Foi muito lindo e muito bom levar um pouco de alegria a elas. Para nós isso parecia tão pouco, mas para elas esse pouco foi tudo! Mudar suas rotinas, levar alegria, estimular seus sonhos, fazê-las acreditar na magia do Natal e na importância dos amigos e da família.
Divertimo-nos muito com as diversas brincadeiras que levamos. Separamos todas em grupos e elas competiam entre sim e o grupo vencedor de cada prova ganhava uma prenda. Como elas ficavam felizes!! Fora isso cada uma de nós era madrinha de uma delas, então como madrinha tínhamos que levar presentes para elas, na hora de abrir os presentes elas ficavam tão felizes! Eram coisas simples como shampoos, maquiagens, cremes, batons, essas coisas que meninas adoram ganhar, mas pra elas isso foi tão bom, tão importante! Elas abriam os presentes e seus olhos brilhavam de felicidade. Foi muito, muito bom poder levar um pouco de alegria e conforto para essas meninas!
Elas se divertiram muito e nós também! É algo simples, mas de muito significado. Com certeza levamos uma boa lição do lar. O Natal é uma data pra lá de especial, acreditar em sua magia, na energia que ele possui, no poder que ele tem que levar alegria às pessoas, de fazê-las acreditar em seus sonhos e no poder que ele tem de aglutinar a família, os amigos, enfim, todas as pessoas.
O Natal é uma data única e mágica, jamais podemos esquecer dessa magia e devemos levar isso por onde passamos. Ele tem um grande significado por si só, mas se torna ainda mais forte quando a corrente que o sustenta se fortalece ainda mais, se espalha e aumenta.
 É hora de festejar, de agradecer, de rever conceitos e atitudes, é hora de nos unirmos e celebrarmos a paz. É um momento de paz e confraternização, é hora de esquecermos as indiferenças e viver o espírito do Natal e vem logo seguido do Reveillon que é um símbolo, um marco e uma esperança de renovação, de boas energias, de grandes expectativas, de sonhos e de metas.
Então sonhem, agradeçam, peçam desculpas, revejam conceitos, tente outra vez, não tenha medo, arrisque. Compartilhem, acreditem e realizem. E o mais importante, sempre esperem o melhor do amanhã, esse é o espírito.
Não devemos lamentar demais nossas derrotas e nem festejarmos demais nossas conquistas, devemos apenas colher os bons frutos que a vida nos dar e sempre enxergar o melhor no amanhã. A vida corre e não nos dá tempo para pensarmos demais. Então viva, viva intensamente, porque a vida é isso.
Boa noite!

Camilla e Ana


Espírito natalino aflorado!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

ANGÚSTIA

Olá! Já faz um tempo que eu não apareço por aqui, né? É que às vezes me falta assunto. Talvez se eu tivesse começado o blog antes teria novidades sempre. Bom, hoje tenho uma novidade. Hoje eu recebi o histórico do meu tratamento e resolvi lê-lo. Ao ler senti um aperto imenso no coração e não consegui me segurar. Por um lado penso como é horrível ler tudo e ver que passei por coisas tão ruins, mas por outro é tão bom ler e ver que eu PASSEI, isso é passado, acabou e eu estou aqui hoje, bem e vitoriosa.
Mas acontece que não é só isso. No histórico consta o resultado de um dos milhares exames que eu fiz ao longo do tratamento. Chama-se FLT3, mutação D835 e duplicação interna em tandem. O nome é meio complicado, mas para facilitar o entendimento esse exame define o prognostico da doença se é bom ou ruim, ou seja, se o paciente apresenta essa mutação o prognóstico é ruim e se não o prognóstico é bom. Infelizmente eu apresento essa mutação, o que aumenta a probabilidade da doença voltar. Mas como nem tudo está perdido, há uma solução: o transplante.
Por mais que a minha resposta ao tratamento tenha sido muito boa, tudo dentro do esperado, ainda há esse risco e é isso que me deixa insegura. Se eu realmente não tivesse outra escolha eu iria sem dúvidas fazer esse transplante, mas quando eu me vejo bem e curada, depois de tudo que eu passei eu penso: pra que? Pra que passar por tudo de novo? Será que só isso já não é suficiente? Pra arriscar fazer o transplante.
Infelizmente se eu não fizer o transplante estarei arriscando. São dois grandes riscos e eu não sei o que pensar e o que fazer. Já estou ficando angustiada de novo! Tinha passado e eu tinha prometido que não ia mais ficar pensando nisso agora, que iria esperar janeiro chegar para então pensar nisso, mas é que depois de ler e ver “pior prognóstico da doença” eu senti um aperto enorme no coração.
Tenho pedido tanto a Deus, mas tanto, para que Ele me ilumine e me ajude a tomar a melhor decisão, para que Ele me dê uma luz, um sinal, sei lá, qualquer coisa que alivie essa dúvida. Será isso um sinal? Será que é melhor eu fazer isso logo e me livrar logo disso? Ando sentindo umas sensações estranhas, fraqueza, moleza e qualquer coisinha diferente que eu sinto já penso logo que essa doença horrorosa voltando. Será que preciso mesmo viver nessa angústia por vários anos sendo que posso acabar com isso logo? Tudo pra que? Tudo pela sede de viver logo, de tentar recuperar um tempo perdido? De que vai adiantar? E se daqui uns anos ela resolve voltar e me impedir de viver novamente? E se tudo que eu planejei viver agora for novamente roubado por ela?
Tudo que eu peço agora é muita fé e luz! É tudo que eu preciso. Pra alguns pode parecer uma decisão simples, como muitos já me falaram: vai, faça, está esperando o que? Acontece que só quem já passou por tudo sabe do que eu estou falado. Fazer o transplante significa mais um ano parada, sem estudar, sem sair, sem ver meus amigos, sem vida social normal. Ao mesmo tempo significa uma vida inteira de tranquilidade. O prazer momentâneo não compra a tranquilidade futura. Nem sempre o imediato é mais garantido e melhor do que o futuro. 
Estou com medo de não dar certo, estou com medo do que vou perder, estou com medo de passar por tudo aquilo outra vez. Estou com medo do que está por vir. Estou com mais medo ainda da decisão que irei tomar. Seja ela qual for, que seja muito abençoada. A sensação de que tudo acabou é a melhor do mundo e eu acho que é ela que me tenta tanto. Acho que é essa sensação que não me deixa olhar pra frente e imaginar um novo obstáculo, porque ela é tão confortável, tão agradável, pra então sentir algo ruim se é essa sensação boa que me conforta.
Não há nada melhor que olhar para trás e ver que tudo passou e que agora há uma nova vida a ser começada. Acho que eu ainda não posso dizer isso, mas já experimentei o gostinho dessa sensação, é maravilhoso!
Boa tarde a todos!